terça-feira, 3 de março de 2015

Sequência de golpes militares colocou ditadores latinos no poder

por Thales Schmidt

A ditadura militar brasileira não foi um caso isolado. Na segunda metade do século XX a América Latina passou por uma série de golpes de Estado organizados em sua maioria por militares. Para praticar essas ações, uma suposta luta contra o comunismo foi a justificativa utilizada. A violência e a rebelião do exército foram as maneiras utilizadas para derrubar presidentes eleitos democraticamente no continente.

Alguns episódios da época foram marcos para a história da América Latina. O professor do Departamento de Ciências Humanas da Unesp Bauru, e estudioso da América Latina, Luiz Fernando da Silva considera que o Golpe Militar nacional foi um evento chave: “o marco principal dos golpes militares na América Latina inicia-se em março 1964 com o golpe no Brasil”.

Outro movimento importante foi a Revolução Cubana liderada por Fidel Castro, os revolucionários da ilha caribenha derrubaram o ditador Fulgencio Batista e depois declararam que o novo governo cubano seria comunista. O episódio incomodou os Estados Unidos, que passaram a enxergar a América Latina como um importante palco da Guerra Fria. A preocupação norte-americana se traduziu em esforços para derrubar os governos vistos como contrários aos seus interesses comerciais e ideológicos.

Ataque ao palácio “La Moneda”, sede do governo chileno, durante o golpe militar que derrubou o presidente Salvador Allende em 1973 (foto: Biblioteca del Congreso Nacional de Chile)
Violência patrocinada
Os Estados Unidos e setores da sociedade formaram uma importante base de apoio dos regimes autoritários. Um dos principais instrumentos dos EUA para interferir na região foi a Escola das Américas, instituição de ensino militar localizada no Panamá onde era realizado o treinamento de oficiais de vários países latino-americanos. A casa foi responsável pela formação de importantes figuras das ditaduras da época, como o ditador militar Leopoldo Galtieri, presidente da Argentina entre 1982 e 1983. “Hoje não resta dúvida alguma, na medida em que a documentação do Pentágono e do Departamento de Estado dos EUA está sendo aberta, da participação norte americana nesses processos de ditadura. Ninguém nega isso mais”, afirma Jessie Jane Vieira de Sousa, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e estudiosa da história da América.

Além do apoio dos EUA, empresas e setores da sociedade brasileira também chegaram a contribuir com recursos para os aparatos repressivos da ditadura. Um dos casos mais emblemáticos é do Grupo Folha, que emprestou carros para que policiais realizassem buscas de presos políticos. Jesse Jane comenta o apoio civil aos militares “Alguns setores empresariais, na mídia particularmente, foram absolutamente alinhados com a ditadura militar”

O que é Guerra Fria?

Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991). Em resumo, foi um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideoló- gica entre as duas nações e suas zonas de influência.

Curta o OEDH!

Arquivo do blog

Busca

Tecnologia do Blogger.