terça-feira, 3 de março de 2015

Após dois anos de lançamento de seu último número, o jornal aGente ganha um endereço online. Às vésperas de uma nova edição que pretende discutir a universidade pública brasileira e seus desafios diante de um mundo globalizado, vamos reunir gradualmente conteúdos produzido pelos ex-alunos, voluntários e bolsistas, do Observatório de Educação em Direitos Humanos durante as seis edições do jornal.

No tempo que informação flui de forma muito veloz, torna-se imprescindível estar conectado à rede mundial de computadores para contribuir na formação e reflexão do pensamento coletivo.

Em 2012, produzimos a sexta edição intitulada 'Memória e Verdade', com a finalidade de discutir a temática da ditadura civil-militar com jovens alunos do Ensino Médio e dos cursinhos bauruenses. Ao longo de dois anos de trabalho, com palestras em escolas, exposição de painéis, foram impressas e distribuidas 7000 cópias do jornal. Leia na íntegra a versão impressa:



Consideramos a formação política desses jovens necessária em um mundo marcado profundamente pelas desigualdades sociais, raciais e de gênero. A discussão política não acabou em 1964, ficou mais importante ainda em 1985 e torna-se vital no século XXI.

Por que ditadura?

Na segunda metade do século XX, a América Latina foi tomada por regimes autoritários, ditaduras lideradas por militares. Tempos difíceis vieram para as sociedades atingidas. A censura política e cultural aliada à violência foram os principais instrumentos de força adotados por esses governos.


Ainda não mudou (charge: Klaus Aires)
Ditaduras de países vizinhos, como Chile e Argentina, foram responsáveis pela tortura, morte e desaparecimento de milhares de pessoas. Aqui, no Brasil, não foi diferente. Estima-se que a tortura ultrapassou a casa dos 20000 casos. Mas e o que nós, a sociedade, temos com isso?

O Brasil é o último país do continente a instituir uma Comissão da Verdade para apurar e analisar crimes cometidos pelo Estado durante o período militar. Desde o fim do regime, muitos casos de violações dos Direitos Humanos entre 1964 e 1985 permanecem nas sombras, sem solução alguma.

A sociedade tem o direito à memória e à verdade, a sociedade tem o direito de conhecer a verdadeira história de um período tão importante e tão obscuro da vida política brasileira. Mostrar a realidade dos 21 anos de regime militar será a missão da Comissão Nacional da Verdade e de tantas outras comissões que surgem pelo país.

Só dessa forma podemos seguir adiante, sem vergonha de um passado manchado. Só assim continuaremos zelando por nossa democracia, pelo espaço de livre expressão e opinião. Para que anos tão terríveis não se repitam em nossa história.

Ainda vivemos muitas lutas diárias contra o próprio pensamento autoritário, que insiste em permear setores da sociedade e contra desigualdades e injustiças.

Estudar o passado e reconhecer os erros cometidos é fundamental para que possamos entender a vida na sociedade atual e o nosso papel dentro dela.

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